A Pregação como Teologia Pública

uma análise da Homilética Agostiniana

Resumo

A relação entre o púlpito e a realidade pública é mais estreita do que se costuma pensar quando o assunto é o papel social da Teologia. É verdade que tem quem pense na atuação do pastor como teólogo público, mas pouca reflexão sobre a pregação ocupar esse lugar de diálogo entre a teologia e a esfera pública. Contudo, vemos essa prática pastoral em constante diálogo com a realidade social que a cerca. Jesus, no conhecido sermão do Monte, trata de temas como: pobreza, do acúmulo de capital e justiça; Paulo em seu sermão em Atenas fala da relação da religiosidade com a configuração citadina. Pensando nessa relação da pregação com o ambiente comum na história da fé cristã, vemos se destacar Agostinho de Hipona como Teólogo que recorreu a seu púlpito no exercício de sua teologia em diálogo com a sociedade. Este foi pastor de uma igreja local, pregou semanalmente para sua comunidade e nos lega inúmeros sermões. Percebesse na leitura de sua prédica o papel público de sua teologia. Neste trabalho, planejamos analisar essa relação da pregação agostiniana e seus diálogos teológicos com a realidade social que estava inserida. Esperamos colaborar com a crescente reflexão sobre Teologia Pública do universo protestante, pois Agostinho foi influente na vida e pensamentos dos principais reformadores, assim como, com a pregação como ferramenta para o diálogo teológico-social.