Religião, igreja e a representação política de uma organização religiosa em Minas Gerais
Palavras-chave:
Política, Igreja, Religião, Agente religiosoResumo
A sociedade contemporânea, com seus cenários e contextos de mutação sociocultural, pluralidade religiosa e multiplicidades de agentes religiosos, mantém afinidade com a sempre atual, futurista e metafórica afirmação de Karl Marx: “Tudo que é sólido se desmancha no ar”. Isso é um indicador de que a religião e a religiosidade brasileiras, especialmente aquelas evangélico-carismáticas, passam por reconfigurações e buscam novos espaços de influência e ação. A reconfiguração da religião é também um redesenho da igreja. A reconfiguração da igreja é, em alguns casos, rompimento com os antigos invólucros denominacionais e uma oportunidade de inserção da igreja na política para conquistar visibilidade, poder e influência no espaço social. Neste contexto, as organizações religiosas que passam por reconfiguração, encontram facilidade maior para adaptação à mutação sociocultural, à pluralidade religiosa e ao envolvimento com a política partidária. Constatou-se, nessa direção, que as organizações religiosas evangélico-carismáticas precisam de um projeto político-religioso e este se relaciona com um artifício comum em tempos de democracia: eleger um agente religioso e tê-lo como representante político para defender os interesses da organização.
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Publicado: 2019-05-07