CORPO E SEXUALIDADE NOS DISCURSOS DA TEOLOGIA PATRÍSTICA:

“CARNALIDADE” E CONTINÊNCIA SEXUAL

Resumo

O artigo empreende uma análise dos discursos dos Pais da Igreja sobre o corpo e a sexualidade humana, avaliando as implicações dos mesmos para a ortodoxia e a ortopraxia do período da Patrística sobre esses assuntos. Nesse sentido, investigam-se os caminhos da teologia cristã sobre o corpo (matéria) e a carne (tendência pecaminosa) traçados naquela época e seus sincretismos com as filosofias helênicas; identificamse as consequências que trouxeram às perspectivas da sexualidade, sobretudo no que tange os sentidos atribuídos ao desejo sexual e à formação de uma cultura da castidade. Como forma de desenvolver a busca por essas informações, enfatiza-se uma teologia filosófico-histórica sob a abordagem bibliográfica
do método hipotético-dedutivo. Por fim, por meio de diversos dilemas e conflitos teóricos do momento histórico ao qual o estudo se delimita, analisa-se como as argumentações da teologia patrística caminharam majoritariamente e por diversos subtemas para a restrição dos sentidos e das práticas relacionadas ao corpo e à sexualidade, fazendo-os ocupar um espaço de privação cujo senso predominante se estabeleceria sob as definições de pecaminosidade.