AÇÕES PARABÓLICAS E AÇÕES DE ALINHAMENTO FÍSICO-ESPIRITUAL:

PROPOSTA DE DIFERENCIAÇÃO

Resumo

Parábolas e ações parabólicas são duas formas de ensino muito empregadas por Jesus. As parábolas foram utilizadas para traduzir realidades espirituais profundas que não poderiam ser bem compreendidas pelos ouvintes se não fosse por meio de uma analogia com uma situação da vida rotineira. As ações parabólicas, por sua vez, foram encenações dramatizadas de histórias que configuram, em si mesmas, a própria lição que se pretendia ensinar. No primeiro caso há uma história propriamente dita, ou seja, um fluxo narrativo metafórico, enquanto, no segundo, nada era narrado, pois a própria ação já era o ensino. Muitas ações de Jesus consideradas como parabólicas traduzem espanto por parte do leitor porque são bastante dissociadas dos ensinos que foram por ele usualmente apresentados. Nesse rol estão a alteração do nome de Pedro, a maldição lançada contra a figueira estéril e a restauração de Pedro após ter negado o Cristo por três vezes. O que há de comum entre estas três passagens e dentre tantas outras que constam do relato bíblico, além da estranheza, é a falta de clareza sobre a lição subjacente ao ato. É possível, por isso, que elas não sejam, verdadeiramente, ações parabólicas propriamente ditas, mas ações que, nesse trabalho, são definidas como “ações de alinhamento físico-espiritual”. Devem ser assim compreendidas todas as ações de Jesus que tinham por finalidade gerar efeitos no âmbito espiritual em razão de uma situação presente no mundo físico. Jesus, basicamente, promovia, por meio de uma ação no âmbito material, uma alteração necessária na seara imaterial. O estudo propõe indagar se essas três ações realmente seriam precipuamente parabólicas e, para isso, ele é divido em três partes. Na primeira a atenção esteve voltada à definição e à sucinta análise das parábolas e das ações parabólicas. Na segunda, adentrou-se especificamente na análise das ações de alinhamento físico-espiritual, naturalmente precedida de breves apontamentos sobre a relação entre essas duas dimensões. O artigo foi finalizado com considerações finais. O procedimento técnico utilizado foi o bibliográfico, pois foram separados materiais técnicos sobre as parábolas, as ações parabólicas e o mundo espiritual. A abordagem foi meramente qualitativa, ou seja, não houve pesquisas de campo ou outras análises quantitativas. A tipologia é explicativa porque aborda uma problemática e pretende respondê-la; é hermenêutica por ser necessário interpretar os temas ligados ao estudo; e, por fim, dissertativa porque se espera, com um texto argumentativo e expositivo, apresentar ao leitor o ponto de vista do autor.