O ESPÍRITO DE PÍTON ERA POR NÓS OU CONTRA NÓS?
Palavras-chave:
Theos Hypsistos, Sincretismo, Contexto, ExegeseResumo
Um registro lucano que causa alguma dificuldade de interpretação é o incidente da adivinha na cidade de Filipos, envolvendo Paulo e Silas, e a curiosa mensagem do Espírito de Píton (pneuma Pythona) nos lábios da jovem escrava grega: “Estes homens são servos do Deus Altíssimo. Eles vos anunciam o caminho da salvação (At 16.17).” A leitura não cuidadosa do texto leva à indagação: “O Espírito de Píton era por nós, ou contra nós?” Se era por nós, parece estranho que um espírito contrário a Cristo falasse em favor de Cristo. Se era contra nós, o que a mensagem escondida, que não parece ser imediatamente perceptível? Quando se traz a expressão para seu verdadeiro contexto histórico-cultural, surgem ambiguidades semânticas que só podem ser percebidas através de uma análise mais acurada. Ao considerar tais ambiguidades a mensagem se tornará clara, esclarecendo o possível paradoxo da passagem. Na verdade, o Espírito de Píton tornava a mensagem do Evangelho diluída no caldo religioso politeísta e sincretista do mundo greco-romano, eis o motivo da indignação do Apóstolo Paulo.